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O comer intuitivo é uma nutrição baseada nos sinais internos de fome e saciedade, respeitando necessidades fisiológicas, que integra razão e emoção na hora de comer.
A proposta é que as pessoas comam usando a habilidade de confiar no próprio corpo, diferenciando as sensações físicas, como a da fome, das emocionais.
O comer intuitivo baseia-se na intuição, sem a compreensão dos fatos por uma via racional, mas sim através das sensações.
A partir de uma alimentação intuitiva é possível ajudar aquele paciente que não ouve os sinais de fome e saciedade e não está em paz com a comida.
O comer intuitivo baseia-se em alguns pilares e princípios. Confira!
Pilares da alimentação intuitiva
1. Comer incondicionalmente e sem culpa
Você pode achar que isso diz respeito a comer sem nenhum critério, no entanto, não é verdade. Ao permitir-se comer de forma incondicional a pessoa entende que não existem alimentos proibidos e dessa forma, não se culpa por consumir determinadas comidas.
2. Comer para satisfazer a necessidades fisiológicas
É impossível dissociar a comida das nossas emoções. É normal comer mais quando estamos tristes, na tentativa de termos mais conforto, ou quando estamos felizes e queremos celebrar algo.
O problema é quando isso torna-se recorrente, o que chamamos de fome emocional, pois ainda que a comida possa nos confortar, ela não é capaz de resolver os nossos problemas. Por isso, o comer intuitivo propõe que se coma para atender às nossas necessidades fisiológicas.
3. Embasar-se nas indicações internas de fome e saciedade
O comer intuitivo mostra que devemos começar a comer quando sentimos fome, o que é percebido por sinais biológicos e gastrointestinais. E devemos parar de comer no momento em que nosso corpo manda mensagens de que já estamos saciados. São esses sinais que devem determinar nossas escolhas.
Princípios da alimentação intuitiva
1- Abandonar a mentalidade de dieta
A mentalidade de dieta é uma constante na nossa sociedade e diz respeito a achar que sempre necessitamos restringir alimentos por questões estéticas ou de saúde.
2- Aceitar a fome
Não há porque ter medo da fome. A melhor opção é responder aos primeiros sinais de fome, alimentando o corpo.
3- Fazer as pazes com a comida
É importante parar de pensar nos alimentos como “bons” ou “ruins” e comer sem julgamentos.
4- Desafiar o tirano alimentar
O tirano alimentar é, na verdade, nossa mente avaliando se as regras alimentares estão sendo cumpridas, o que acaba gerando muita culpa ao comer.
5- Perceber a saciedade
Assim como o corpo avisa quando está com fome, também avisa quando atinge a saciedade. É preciso aprender a ouvir essas mensagens e comer até perceber que está saciado e confortável.
6- Notar o fator de satisfação
Quando a alimentação é prazerosa e saborosa, geralmente come-se menos até sentir-se satisfeito.
7- Controlar as emoções sem usar comida
Muitas pessoas tentam usar a comida para tentar lidar com seus problemas. No entanto, fazer uma caminhada, praticar um esporte ou ligar para um amigo pode ser mais eficiente e gerar menos sofrimento.
8- Cuidar do corpo
Trabalhar a aceitação e o reconhecimento de que o corpo nos permite experimentar muitas coisas são atitudes mais adequadas do que criticá-lo pela sua aparência.
9- Exercitar-se sentindo a diferença
Encontrar formas prazerosas de colocar o corpo em movimento, tirando o foco da perda de peso.
10- Valorizar a saúde
É o estilo de vida que molda a saúde. Uma refeição ou determinado alimento não será responsável por tornar alguém menos saudável.
Como colocar em prática o comer intuitivo
Para ajudar a colocar esses pilares e princípios em prática, existem técnicas e ferramentas do comer intuitivo. Confira!
1 – Escala de fome e saciedade
Pode ajudar o paciente a identificar como se sente em relação à sua fome e saciedade, avaliando-as de 0 a 10.
2 – Historial de dietas
Consiste em montar um quadro das dietas realizadas. Essa atividade pode contribuir para que o paciente tenha mais consciência das dietas que já fez e de suas consequências.
3 – Adaptação sistemática
Pode ser uma ferramenta importante para auxiliar a pessoa a se sentir bem com a comida. Para isso, o paciente deve escolher um alimento que sinta dificuldade de comer sem sentir culpa ou sem realizar julgamentos. Ele deverá planejar um momento para consumi-lo, anotando como se sentiu antes da experiência e após a experiência. A partir dessa reflexão é possível melhorar a permissão incondicional para comer.
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